Chegou SUA VEZ de afirmar “oficialmente” a defesa do direito à vida! Veja como fazer.

quinta-feira, 28 de julho de 2011 Diego Tales

Leia, entenda, assine e DI VUL GUE !!
Jorge Ferraz
direito à vida é o primeiro e o mais fundamental de todos os direitos. Afinal de contas, para que as pessoas possam ter saúde, educação, trabalho ou moradia elas precisam, antes de qualquer outra coisa, estar vivas – sob pena de todos aqueles direitos deixarem de fazer sentido.
Assim, o direito inalienável à vida é o direito que deve ser defendido de maneira absoluta e intransigente, como condição mesma para que se possa falar em quaisquer outros direitos. As ameaças à vida humana são ameaças a todos os direitos do indivíduo humano – uma vez que, ceifando-se-lhe a vida, retira-se-lhe também imediatamente todos os demais direitos da vida decorrentes. Quem não protege a vida também não pode proteger os outros direitos humanos, uma vez que estes dela dependem.
Diante desta realidade não há espaço para tergiversar, para pensar melhor no assunto, para fazer ressalvas de qualquer natureza. Diante desta realidade é preciso uma tomada de posição firme e corajosa – uma vez que o triunfo dos maus é muitas vezes conseguido por conta do silêncio dos bons.
Está em tramitação no Congresso Nacional o PL 478/07, o chamado “Estatuto do Nascituro”. “Nascituro”, como define o próprio texto, “é o ser humano concebido mas ainda não nascido”. Trata-se de um projeto de lei que, entre outras coisas, visa proibir a discriminação dos nascituros “em razão do sexo, da idade, da etnia, da origem, de deficiência física ou mental” e obrigar os estupradores a pagarem pensão alimentícia aos filhos por eles gerados, cabendo ao Estado arcar com os custos “para cuidar da vida, da saúde[,] do desenvolvimento e da educação da criança” caso o agressor não possa ser intimado e a mãe da criança não disponha de meios econômicos para tanto. É, em suma, um projeto de lei que se propõe a conferir proteção legal àquelas pessoas que são as mais frágeis das pessoas e as mais sujeitas a sofrerem injustiças: os seres humanos ainda não nascidos.
O Movimento Brasil Sem Aborto está recolhendo assinaturas pela aprovação do Estatuto do Nascituro, a serem apresentadas no Congresso Nacional. É fundamental que nós assinemos este documento (não leva sequer um minuto) e o encaminhemos aos nossos amigos e familiares, cobrando deles esta tomada de posição. Não deixem para depois. Precisamos destas assinaturas e precisamos delas depressa.
Para assinar, basta clicar aqui. Será aberta uma tela com o texto do abaixo-assinado, em cujo lado direito há um botão laranja escrito “Assinar agora!” que, quando pressionado, exibirá o formulário de assinatura. No formulário, é preciso preencher o nome (completo), o email, o número do documento de identidade (RG), a cidade e o estado. Uma vez que isso tenha sido feito e o botão azul (escrito “SIGN!”) tenha sido pressionado, pronto: a sua assinatura já consta na lista de assinaturasAtenção: o sistema do i-petitions (o site onde está hospedado este abaixo-assinado) irá exibir, logo após o envio da assinatura (o botão azul mencionado), uma tela pedindo doações para o site (e NÃO para o Estatuto do Nascituro ou para o Movimento Brasil Sem Aborto). Quando esta tela for exibida, é porque a assinatura já foi enviada com sucesso e a janela já pode ser fechada; a assinaturanão depende da referida doação que é pedida e, esta, é para a manutenção do site de abaixo-assinados, e não para a promoção do Estatuto do Nascituro ou do Brasil Sem Aborto.
Assine agora! Peça a seus amigos, vizinhos e parentes que o façam também agora. Não deixe para mais tarde, pois o tempo urge. Que a Virgem da Conceição Aparecida livre o Brasil da maldição do aborto.
Blog do Carmadélio

A Confissão dos pecados

Diego Tales

Todos os nossos pecados – passados, presentes e futuros – são perdoados de uma vez por todas quando nos tornamos cristãos? Não, de acordo com a Bíblia ou com os primeiros Padres da Igreja. A Escritura não afirma em nenhum lugar que os nossos pecados futuros são perdoados. Ao contrário, Ela nos ensina a orar: "E perdoai-nos as nossas dívidas, como nós também temos perdoado aos nossos devedores." (Mt 6:12).
O meio pelo qual Deus perdoa pecados depois do batismo é a confissão: "Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniquidade." (1Jo 1:9). Pecados menores ou veniais podem ser confessados diretamente a Deus, mas para pecados graves ou mortais, que esmagam a vida espiritual da alma, Deus instituiu um meio diferente para obter perdão: o sacramento conhecido popularmente como confissão, penitência ou reconciliação.
Este sacramento está enraizado na missão que Deus deu a Cristo como o Filho do Homem na terra para ir e perdoar pecados (cf. Mt 9:6). Assim, a multidão que testemunhou esse novo poder "glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens." (Mt 9:8; observe o plural "homens"). Depois da Sua ressurreição, Jesus transmitiu Sua missão de perdoar pecados aos seus ministros, dizendo-lhes "Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós... Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos." (Jo 20:21–23).
Visto que não é possível confessar todas as nossas muitas faltas diárias, sabemos que a reconciliação sacramental é necessária apenas para pecados graves ou mortais – mas é necessária, senão Cristo não teria ordenado isso.
Ao longo do tempo, mudaram as formas que o sacramento foi administrado. Na Igreja primitiva, pecados publicamente conhecidos (como apostasia) foram muitas vezes confessados abertamente na igreja, embora a confissão privada com um sacerdote fosse sempre uma opção para os pecados cometidos particularmente. Ainda assim, a confissão não era apenas algo feito em silêncio a Deus por si só, mas algo feito "na igreja", como o Didaqué (70 d.C.) indica.
As penitências também tendiam a ser executadas antes e não após a absolvição, e elas eram muito mais rigorosas que as de hoje (penitência de dez anos para o aborto, por exemplo, era comum na Igreja primitiva).
Mas o básico do sacramento sempre esteve lá, conforme revelam as citações seguintes. De especial significado é seu reconhecimento de que a confissão e a absolvição devam ser recebidas por um pecador antes de receber a Sagrada Comunhão, porque "todo aquele que... come o pão ou bebe o cálice do Senhor de forma indigna será culpado por profanar o corpo e o sangue do Senhor. "(1Cor 11:27).
A Didaqué
"Confessa teus pecados na igreja e não eleves tua oração com uma consciência má. Este é o modo de vida... No Dia do Senhor reuni-vos juntos, parti o pão e dai graças, depois de confessares tuas transgressões para que teu sacrifício possa ser puro." (Didaqué 4:14, 14:1 [70 d.C.]).
A Carta de Barnabé
"Vós deveis julgar retamente. Vós não deveis fazer um cisma, mas deveis pacificar aqueles que lutam por trazer-vos reunidos. Vós deveis confessar vossos pecados. Vós não deveis ir à oração com uma consciência má. Este é o caminho da luz." (Carta de Barnabé 19 [74 d.C]).

Veritatis

Não te perturbes!

sábado, 23 de julho de 2011 Diego Tales

Quer conhecer um roteiro infalível para seu dia a dia? Leia com atenção:

Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa! Só Deus não muda. A paciência, por fim, tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta, pois só Deus basta.

Escrito há 500 anos, essa poesia de Santa Teresa de Jesus continua a ensinar o essencial: Só Deus basta! Mas, o que isso significa concretamente?

Vivemos sobressaltados, preocupados. Inquietos, passamos o dia tentando resolver mil coisas. Ansiosos, não conseguimos dormir bem. Preocupados, acabamos por meter os pés pelas mãos no desejo de evitar que aconteça o que nós consideramos “o pior”. Estressados, acabamos por nos irritar contra tudo e todos. Gritamos no trânsito, gritamos em casa, desmoronamos de cansaço.

O problema está, entre outras coisas, em achar que sabemos o que é o “melhor” e “pior” para nós. Uma vez estabelecido o que consideramos nos convir ou não, tomamos as rédeas para determinar o que consideramos “melhor”. Ocorre que tudo, mas tudo mesmo, passa e o que ontem nos parecia “o melhor”, hoje é, visivelmente, “o pior”.

Fé em Deus

A raiz da inquietação, estresse, preocupação e ansiedade que aos poucos nos matam, contudo, reside além do fato de tudo passar, reside na fé.

Há a fé que acredita em Deus e reza, contrita, o “Creio em Deus Pai”. Acreditar desse jeito, afirma São Tiago, até os demônios crêem e tremem. Nós, até cremos, quanto a tremer...

Há aquela “fé” que pede a Deus o que acha “necessário”, “imprescindível”, “melhor” e fica ressentida com Deus se ele não atende seu pedido por mais que peça através de todos os meios – diga-se de passagem, nem sempre lícitos. É a fé infantil, diria, até, “birrenta”. Essa fé, “contrariada”, muda de igreja quando não é atendida, assim como criança birrenta põe cara feia e diz aos pais que não é mais filho deles.

Há a fé madura, que crê no Evangelho e na Igreja e vive seus ensinamentos, custe o que custar. É a fé dos santos.

Há a fé que confia em Deus e a ele se entrega inteiramente, tranquila, pois sabe que ele é Pai e sempre providencia o melhor para nós. E, para Deus, o melhor para nós é a santidade.

É essa fé madura e inteiramente confiante no amor de Deus que não se perturba com nada. Sabe ser fiel a Deus e ao Evangelho na penúria e na fartura, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.

Essa fé madura e confiante que é amada por Deus, não se espanta com nada. Nada a escandaliza, ainda que seja grande tristeza. Seus olhos não estão aqui na terra, mas fixos no céu. Sabe que, aqui na terra, tudo passa, tudo muda. Sabe que tudo pode nos enganar e iludir. Sabe, sobretudo, que Só Deus é o mesmo sempre. Só Deus não muda. Só o amor de Deus é sempre o mesmo, pois ele é amor em ato. Essa fé não vive para a terra nem valoriza o que à terra pertence. Vive para o céu, usando as coisas da terra para alcançá-lo.

Paciência de Autodomínio

Por isso tem paciência. Não aquela paciência de autodomínio, nem aquela que rói as unhas e balança as pernas para controlar a impaciência interior. Trata-se, aqui, da paciência-esperança, a paciência-fé, a paciência-amor.

É aquela paciência que sabe que Deus está no comando. Sabe que ele pode tudo e tudo realiza por amor. Está certa de que, no tempo de Deus – e não no seu! – ele mesmo resolverá da melhor forma de todas, sempre visando nossa santificação e a do mundo. Sabe que, ainda que tudo esteja negro, verá a vitória de Deus e que essa vitória nem sempre é tal qual pensamos.

Fé, caridade, esperança, paciência, confiança. Quem a Deus tem, nada lhe falta. Corretíssimo. Mas, quem é mesmo que “tem Deus”. Todos. Porém, Santa Teresa fala aqui daquele que conhece Deus não por palavras e teorias, mas pela oração e pelo amor. Em uma palavra, pelo relacionamento pessoal, relacionamento de amizade. Este, que ora com a Palavra, que tem a Deus como o centro de sua vida, que procura amá-lo em tudo, a este, nada lhe falta. Dele cuida o Pai muito melhor do que as aves do céu e os lírios dos campos, pois ele vale muito mais aos seus olhos.

Nada te perturbe, homem de pouca fé! Nada te espante, mulher de pouca esperança! Tudo, mas tudo, mesmo, passa, exceto Deus. Fica, então, com o Único que é digno do teu amor e deixa-o cuidar de ti. Espera. Confia. Espera sempre, confia sempre. Quem tem a Deus, quem o conhece, quem confia nele, vive de forma diferente, vive de olho no céu e de coração no coração de Deus. Por isso, é tranquilo e feliz.

Só Deus basta. Dedica-te a Ele. Deixa-te amar por ele. Ama-o. Nada, então, te perturbará.

Firulas

Vivemos sobressaltados, preocupados. Estressados, acabamos por nos irritar contra tudo e todos. Gritamos no trânsito, gritamos em casa, desmoronamos de cansaço.

O problema está, entre outras coisas, em achar que sabemos o que é o “melhor” e “pior”para nós.

A raiz da inquietação, estresse, preocupação e ansiedade que aos poucos nos matam, contudo, reside além do fato de tudo passar, reside na fé.

Há a fé que confia em Deus e a ele se entrega inteiramente, tranquila, pois sabe que ele é Pai e sempre providencia o melhor para nós. E, para Deus, o melhor para nós é a santidade.

Emmir Nogueira
 Co-Fundadora da Comunidade Shalom

Você é católico e assiste novela da Globo? então veja mais essa”pérola” global

quinta-feira, 21 de julho de 2011 Diego Tales

Veja como a globo em seus diálogos das novelas passa sua ideologia.

Seria bom que os pais que querem esperar seu filho crescer para escolher a fé,também deixassem que eles escolhessem a  escola, se vão tomar banho ou não, se escovam os dentes ou não.A educação supõe a passagem de valores e crenças dos pais,isso inclui tb os “valores” dos ateus.( difícil de entender..mas, paciência)

No entanto percebe-se no diálogo a ausência de uma posição mais firme da visão católica, ficando claro o vazio de uma consultoria de temas religiosos para as novelas que-no mínimo- apresentem a verdade integral da doutrina católica ou qualquer outra doutrina que permita a reflexão, com exceção,claro, do espiritismo que tem todo o apoio global.

Se a novela vai tocar nesse assunto, então mexa com responsabilidade.

A personagem católica que defende o batismo infantil é tão frágil em seus argumentos que-de fato- fica claro a falta de honestidade na abordagem do tema.

Para mim não é surpresa.


Fonte: Blog do Carmadélio

Amor Conjugal - Oásis fértil no deserto do mundo

Diego Tales


Deus é amor. Fomos criados por amor. O Pai, no seu amor infinito, em um ato de doação de si, cria o homem, como filho, à sua Imagem e semelhança, capaz de amar e de receber amor. Deus quer a relação de uns com os outros. A comunhão com Deus faz o seu amor circular entre nós.
A nossa comunhão com os seres humanos e com as criaturas faz circular o amor de Deus pelo mundo. Assim, tudo se vê envolvido no amor. A essência de Deus nos move em sua força para a relação, para a aliança, para o amor mútuo.
O matrimônio foi instituído por Deus desde a criação do homem e da mulher. Ele os criou para a comunhão, para a complementaridade e para que, na diversidade, construíssem a unidade, tendo como referência a própria Trindade, modelo de comunhão e unidade. Todas as culturas exaltam, de alguma maneira, a grandeza do matrimônio!
Amor conjugal, sacramento do Deus Amor
Pela união sacramental dos esposos, eles se tornam expressão do amor da Trindade, amor de unidade, de comunhão e de oferta de si, da mesma forma como Cristo amou e se ofertou a sua Igreja e por ela deu a vida. Por meio dos cônjuges, Deus dilata sua família a cada dia. O Espírito Santo é a fonte do amor e a força que faz crescer este amor entre os dois, ampliando-se nos filhos que Deus lhes confiar, em vista da construção do seu Reino, de amor e de paz.
O Amor Trinitário se derrama sobre nós, suas criaturas amadas, em três dimensões interligadas: o Amor Ágape (como o amor de uma mãe por seu filho. O Pai que cuida do mundo, como uma mãe de seu filhinho); o Amor Eros, associado à paixão de amor, ao deleite da união; e o Amor de Phillia (de amizade), que está associado à aliança de amor.
É fundamental para a felicidade do casal a vivência dessas três dimensões do Amor: a sadia sedução, a amizade recíproca forte e a doação de si ao outro. A seguir, refletiremos sobre cada uma dessas dimensões.

Amor Eros
É força que me impulsiona ao outro e ao grande Outro por meio dos sentidos. Assim, podemos experimentar este Amor por meio da beleza, na natureza, na arte em suas diversas manifestações (como a música, a pintura, etc.). É o amor Eros que atrai um ao outro, mas ele não sacia o coração do homem. Está condenado à carência, à miséria, à infelicidade e a estar sempre incompleto.
Com a ajuda desse mediador, que é o Eros, podemos sair da pobreza para chegar à riqueza, da ignorância para chegar ao conhecimento, do material para chegar ao espiritual e à contemplação do Belo em si mesma.
O enamoramento é essa experiência onde há uma transformação radical da sensibilidade, da mente, do coração. Duas pessoas, ao enamorarem-se, tornam-se indispensáveis uma a outra. Quando o Eros consegue o seu objetivo, tranquiliza-se, mas depois aborrece-se. Tem o que já não lhe falta. É um poder que, em todo ser, tende e anseia à plenitude. Não só a sexualidade está estreitamente vinculada ao Eros, também o está o desejo de realidades espirituais sedutoras, como a beleza espiritual. Graças ao Eros, o filósofo tem paixão pela sabedoria, e o místico tem paixão por Deus (eros cognitivo – Paul Tillich teólogo).

Amor de Phillia (Amor de Amizade)
É menos instintivo, não é uma paixão, não é um dever. É amor, é virtude, é desejo de presença, mas não é Eros.
É agradável, útil e supõe generosidade e entrega. Consiste mais em amar do que em ser amado. É celebrar uma presença, mas não é pedir, é dar graças.
Amigo é aquela pessoa que melhor nos conhece, com quem se pode contar, com quem se partilha recordações, esperanças e temores, felicidades e infelicidades.
Onde existe amizade autêntica, surgem outras virtudes espontaneamente. Supõe a criação de espaços de “encontro”, de divertimento, nos quais predomina o “nós”. Implica em cultivar: compreensão, adaptação aos ritmos naturais do amigo, cordialidade e ternura, veneração pela dignidade do amigo, perseverança e confiabilidade. Ela requer ser cultivada. Existe uma arte a aprender. Pode ser uma escola de virtude quando encaminhada para o bem do outro e que deve também, de alguma forma, transbordar para os outros.
Eros e Philia podem andar juntos, mas não se confundem. Eles se misturam quase sempre, mas quando o Eros se vê satisfeito, desgasta-se e morre, enquanto que o Philia se engrandece cada vez que se vê satisfeito. O amor Eros, quando centralizado em si mesmo, é reducionista, limitando-se à autossatisfação mútua, mas quando é ampliado para além de si, em vista do Bem, ele gera realização, experiência de doação e unidade. O Amor de Amizade também é limitado e alcança poucos (10 a 20 pessoas), mas existe uma forma de amor mais universal e perfeita, que realiza e plenifica – é o Amor Ágape.

Amor Ágape, para além do Eros e do Philia
É o amor que possibilita a abrangência universal e incondicional e que nos possibilita amar os inimigos, os que nos são indiferentes, os que nos incomodam. É o amor perfeito de Deus, revelado em Jesus e por ele provado na entrega total de si, por amor. É o amor do Pai que doa Seu Filho unigênito para resgatar os filhos amados. É o amor do Espírito que se aniquila para habitar em nós. Foi o amor que moveu os profetas no Antigo Testamento e os santos a perseverarem na fé, mesmo diante dos inúmeros desafios. Foi o amor entre os discípulos que os fez amarem-se até o extremo de estarem dispostos a dar a vida uns pelos outros. Deus não cria servos, mas filhos livres, chamados à liberdade.
O Amor Ágape exerce a função de horizonte em relação ao amor Eros e Philia. Impede que tanto um como o outro permaneçam prisioneiros de si mesmos. Impulsiona-os a irem além de todo o espaço delimitado de um e de outro. É este Amor, cuja fonte é Deus, que ama o homem e a Ele se dá, dando-lhe a dignidade de filho, seduzindo-o e atraindo-o a si por meio do amor em suas três dimensões: Eros, de Philia e de caridade.
Bento XVI propõe a relação circular entre o amor Eros e Ágape: “Quanto mais os dois encontrarem a justa unidade, embora em distintas dimensões (entre amigos, entre casal, entre Criador e criatura), na única realidade do amor, tanto mais se realiza a verdadeira natureza do amor em geral”. Eros e Ágape não se encontram em dois planos distintos ou contrapostos, representam duas atitudes e duas formas de amor estreitamente correlacionadas entre si. O Eros, embora seja inicialmente ambicioso, depois, à medida que se aproxima do outro, far-se-á cada vez menos perguntas sobre si próprio, procurará sempre mais a felicidade do outro, doar-se-á e desejará “existir para” o outro (Deus caritas est, 7).
Nesse caminho, existe uma sadia tensão pela transcendência pessoal e dual em direção a um “nós”. E, vivido em Deus, no seu amor, tende ao crescimento, à comunhão de alma, de coração, de corpo, de bens, na saúde, na doença, nas tristezaa, na alegria. O amor conjugal, portanto, deve abarcar essas três dimensões (Eros, Phillia e Ágape), que, interligadas e bem ordenadas, transformarão a família num oásis transbordante de vida, em meio ao deserto do mundo sedento de amor autêntico. 
 
Laura Martins, Assistente Social, Psicopedagoga
Missionária da Comunidade Shalom 

LIVRE ARBÍTRIO - UMA BÊNÇÃO OU UM FARDO

quarta-feira, 20 de julho de 2011 Diego Tales

Quando saímos da presença de nosso Pai Celestial para virmos a este mundo, trouxemos conosco um dom inestimável, sagrado e eterno que recebemos na pré-existência. Esse dom é o livre-arbítrio, e é sobre ele que quero falar.

O livre-arbítrio é a possibilidade que temos de pensar, optar e agir por nós mesmos. Ele vem acompanhado de inúmeras oportunidades, que por sua vez, são seguidas de responsabilidades e conseqüências.

O livre-arbítrio pode ser uma bênção ou um fardo. É importantíssimo fazer uso sábio do livre-arbítrio nos dias de hoje, porque em nenhuma outra época da história do mundo, os filhos de Deus foram tão abençoados ou tiveram de escolher tantas oportunidades.

Anos atrás, a vida em minha cidade de interior, no Estado de São Paulo era mais simples. Nosso número de telefone era composto por um só dígito, o número 8 era sempre 82.... Os únicos cinemas que tínhamos era o Politiama ou Yara e exibia filmes que cortam ou quebra a fita várias vezes. O carteiro passava toda segunda, quarta e sexta, a menos que chovesse muito.

Não havia mais que uma estrada principal. Não existiam muitos caminhos para escolher nem muitos lugares para ir.

Hoje há infinitos números de telefone, que nem guardo todos, admiro minha secretaria que traz os números na cabeça, filmes de todos os tipos e cores, e-mails à nossa disposição 24 horas por dia e muitas estradas exigem continuamente o nosso discernimento.

O meio à nossa volta está cheio de opções, mas o propósito pelo qual estamos aqui na Terra nunca mudou.

As escolhas são inevitáveis. As duas forças opostas que se encontram no mundo lutam por nossa opção. De um lado, temos a realidade de Satanás e do outro, o amor de nosso Salvador, que é mais forte.

São Paulo ensinou-nos que se não houvesse oposição, não haveria nem retidão nem iniqüidade, nem bem nem mal. Não podemos agir, se não tivermos escolhas para fazer.

Para tornarmo-nos verdadeiros seguidores de Jesus Cristo, é necessário que tenhamos também a opção de rejeitá-Lo.

Foi permitido então que Satanás exercesse seu poder, tornando muitas vezes difícil fazermos a vontade de Deus. Entretanto, é agindo por nós mesmos que crescemos.

Só quem procura resistir à tentação sabe como ela é forte.
A força do vento descobre-se andando contra ele e não deitando no chão.
Um homem que cede à tentação depois de cinco minutos simplesmente nunca saberá como teria sido uma hora mais tarde.

Cristo, por ter sido o único homem a não cair em tentação, é também o único a saber realmente o que ela significa.

Lembro-me de pedir a meus pais permissão para fazer certas coisas. A resposta era sempre a mesma: "Nós já conversamos sobre isso. Você já sabe qual é nossa opinião e é você quem deve decidir".

Entretanto, as decisões acarretam conseqüências, que nem sempre estão de acordo com nossa vontade. Queremos ter liberdade sem ter de arcar com as conseqüências. Então, na maioria das vezes, procuramos uma posição de neutralidade, em que não precisamos tomar decisões ou nos comprometermos. Nessa situação, tornamo-nos suscetíveis à influência de Satanás.

O Rei Acabe e seu povo no norte de Israel falaram-nos a respeito de neutralidade e indecisão. As bênçãos do Senhor foram suspensas, porque o povo não decidia a quem adorar: Javé ou Baal.

Baal é um outro nome dado a Satanás. O Senhor enviou Elias, o profeta, com a seguinte mensagem: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?

Se o Senhor é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o". A escritura diz que "o povo nada lhe respondeu". (I Reis 18,21) Eles não queriam arcar com as responsabilidades e as conseqüências da decisão que tomassem.

Vocês lembram-se da história: Elias desafiou-os a fazer um teste para ver quem era Deus. Eles invocariam seu deus para ver qual deles queimaria a oferenda sobre o altar. Ao clamarem seu ídolo em voz alta, os sacerdotes não foram ouvidos nem atendidos.

Por outro lado, um só profeta do Deus verdadeiro não somente foi ouvido, mas também magnificado em seus esforços. Quando Elias invocou seu Deus, o fogo consumiu tudo: o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego. Em seguida, o povo exclamou: "Só o Senhor é Deus" (I Reis 18,39), e, de acordo com as escrituras, todos os sacerdotes de Baal foram mortos. Naquele dia, não restou um único incrédulo no norte de Israel! Não seria tão difícil fazermos escolhas se fôssemos recompensados de maneira tão rápida e espetacular quanto o foi Elias ou se as escolhas erradas resultassem em morte imediata. No entanto, as coisas não são tão simples assim quando a tarefa é aumentar nossa fé.

Nossa fé e comprometimento são testados quando o mundo nos apresenta oportunidades convidativas e sedutoras que podem nos desviar do Reino de Deus.

Algumas pessoas gostariam de viver no Reino de Deus e, ao mesmo tempo, ter uma casa de veraneio na Babilônia. Entretanto, se não formos determinados e conscientes ao escolhermos o Reino de Deus, estaremos na verdade recuando à medida que o Reino avança de "forma corajosa, nobre e independente".

Nossas bênçãos e fardos são determinados pela maneira como conduzimos nossa vida. O Senhor convida-nos a lançarmos sobre Ele nosso fardo, pois Ele nos sustentará (Salmos 54,23).

Uma coisa é certa "o diabo não amparará seus filhos".

Um jovem que amo de todo o coração disse-me: "Ninguém me pode dizer o que fazer. Eu sou o responsável pela minha vida".

Ele tem a idéia falsa de que para ser livre e independente deve opor-se à vontade de Deus. De onde, pois, virá sua força?

Jesus: [Ele] era tudo o que um menino devia ser, pois desenvolvia-Se sem ser retardado pelo peso do pecado; Ele amava a verdade e, obedecia a ela, era livre. A Sagrada Escritura diz: crescia em graça, sabedoria e força.

As escolhas certas, mesmo as triviais que fazemos diariamente, tornam-nos livres e trazem-nos bênçãos.

Um de meus amigos achava que o Senhor Se estava intrometendo muito em sua vida. Ele disse: "Eu não posso aceitar todos os preceitos da Igreja, que me dizem o que devo ou não fazer". Meu amigo não conseguia entender que esses preceitos são evidências do cuidado zeloso que o Pai Celestial tem por nós.

Não é incrível? Existem seis bilhões de habitantes neste planeta, e o Pai Celestial sabe a quais programas assisto na televisão, o que como e bebo, como me visto e de que maneira ganho e gasto meu dinheiro. Ele preocupa-Se com o que faço ou deixo de fazer. O Pai Celestial preocupa-Se com a minha felicidade.

O cuidado que o Pai Celestial tem por nós é demonstrado de diversas maneiras, e tudo o que temos de fazer é ouvi-Lo e seguir Seus conselhos. Alguém disse: "Se não escolhermos primeiramente o Reino de Deus, no final não fará diferença o que tivermos escolhido em seu lugar".

O propósito pelo qual estamos aqui neste mundo nunca mudou, e nunca mudará; por isso, nosso Pai Celestial concede-nos outros dons que nos ajudam a viver com mais segurança e fazer uso de nosso livre-arbítrio com mais sabedoria. Pensem no dom da oração -- é uma oportunidade que temos de sermos ouvidos e compreendidos. Pensem no dom do Espírito Santo, que nos mostra as coisas que devemos fazer.

Pensem nos sagrados convênios que fazemos, nas escrituras, no sacerdócio e na bênção patriarcal. Pensem no Sacrifício Expiatório e no sacramento que nos envolvem em amor, esperança e graça. Essas dádivas ajudam-nos a usarmos nosso livre-arbítrio sabiamente para podermos voltar ao nosso lar celestial, onde "as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam". (I Cor. 2,9)

Nos dias de hoje há muitos caminhos, mas assim como em minha cidade natal, só havia uma estrada principal, o caminho estreito e apertado.

Reconhecendo a disposição que temos de vagar por caminhos desconhecidos, oramos ao Senhor:

Sei que sou propenso a vagar sem rumo, Senhor;
Propenso a abandonar o Deus a quem amo;
Aqui está meu coração, ó, tome-o e guarde-o;
Guarde-o para as cortes celestes.


Termino com a oração por mim e por vocês: "Ó Senhor, não me feches as portas da tua justiça, para que eu não ande na senda do vale da morte, para que eu seja firme no caminho plano".  Em nome de Jesus Cristo. Amém.


Pe.Emílio Carlos Mancini

Fundador e Moderador Geral da Comunidade Alpha e Ômega.

A Arte de morrer

sexta-feira, 15 de julho de 2011 Diego Tales


O mundo que nos rodeia não nos ensina a morrer. Tudo é feito para esconder a morte, para incitar-nos a viver sem pensar nela, em termos de um projeto, como se estivéssemos voltados para objetivos a serem alcançados e apoiados em valores de efetividade. Tampouco nos ensina a viver.
No máximo a ter êxito na vida, o que não é a mesma coisa. Trata-se de “fazer”, de “ter” cada vez mais, em uma corrida desenfreada em busca de uma felicidade material a respeito da qual acabamos por perceber, mais cedo ou mais tarde,, não ser suficiente para conferir um sentido às nossas existências. Assim, às vezes ouvimos da boca de agonizantes revoltados, amargurados, o derradeiro lamento por terem passado ao largo do essencial. Não é necessário ser particularmente religioso para sentir que não estamos nesta terra para passar nossa vida a produzir e consumir.

Em uma das suas conferencias sobre a experiência da morte, o padre Maurice Zundel formulava a questão nestes termos: O que fazemos da nossa vida? Estamos à procura de nós mesmos, fugimos de nós, reencontramo-nos de forma intermitente e nunca chegamos a fechar o círculo, a definir-nos a nós próprios, a saber quem somos... Não temos tempo, a vida passa tão depressa, estamos absorvidos pela preocupações materiais ou por diversões... e, finalmente, a morte chega e é em sua presença que tomamos consciência de que a vida poderia ter sido algo de imenso, de prodigioso, de criador. Mas já é tarde demais... e a vida só adquire todo o seu relevo no imenso desgosto de uma coisa inacabada. É, então, que a morte, justamente porque a vida ficou inacabada, aparece como um sorvedouro.
Onde é que, atualmente, a questão do sentido poderá expressar-se? Onde poderá encontrar a resposta?
Todo homem confrontado com a iminência da morte pode ser levado a formular-se questões de ordem espiritual (qual é o sentido da minha vida? Haverá uma transcendência? O que acontecerá ao meu ser?). Como é grande a solidão quando não conseguimos expressar tais questões, compartilha-las com os outros! Estaremos prontos para escutá-las? O que dizer, como proceder perante o absurdo do luto, o desgosto, o desespero? O que responder àqueles que perguntam por que? Àquele que – entrevado, dependente, com o corpo deteriorado – pergunta a si mesmo que sentido poderá ter a prolongação da vida?
Pe. Emílio Carlos
Comunidade Alpha e Ômega

Grupo de Oração, ambiente privilegiado de missão

quinta-feira, 14 de julho de 2011 Diego Tales

Dentre as profecias que o Senhor apresentou à Renovação Carismática Católica do Brasil em 2007, resgataremos uma que toca de maneira singular nossos corações: "No início, vocês se maravilhavam com o grande mistério do meu amor. Sabiam que estavam diante de uma realidade maravilhosa, grande, magnífica, que ultrapassava o vosso entendimento, e ficavam na expectativa de poderem ser tocados pela minha graça. Vocês esperavam milagres de mim. Quero que voltem a esperar milagres e a enfrentar os problemas de suas vidas com fé".
E não foi exatamente assim que nos sentimos quando, pela primeira vez, participamos em um Grupo de Oração? Não foi exatamente esta a experiência que fizemos? Não ficamos nós maravilhados e animados pela extraordinária e simples maneira com que Deus agiu em nós e por meio de nós?
Quando nos falou o Senhor, pediu uma volta profunda ao início, ao entusiasmo e à alegria do primeiro amor. Para que com fé expectante esperássemos novamente esses mesmos sentimentos, que perpassaram nosso coração quando entramos por essa porta permanentemente aberta que é o Grupo de Oração.
E podemos atualizar esta profecia sobre nós e nossos Grupos. Clamemos o poder desta moção sobre todos os que estão abatidos, indiferentes. Se nosso primeiro amor arrefeceu (cf. Ap 2,4), se esfriamos e não mais enfrentamos com fé as adversidades da caminhada, podemos e devemos tornar a profecia atual, pedindo ao Senhor que em sua misericórdia conceda os efeitos e benefícios que ela contém.
Ainda não cessaram as chuvas copiosas que Deus quer derramar (cf. Joel 2, 23), sobretudo quando estamos sob um tema profético que nos convoca a lançar as redes por causa da Palavra de Jesus. E temos grandes motivos para lançá-las em nossos Grupos de Oração:
1º - Eles são ambientes privilegiados de missão: muitas pessoas semanalmente vão a um grupo, sedentas do anúncio da boa e única notícia que as podem salvar! Quantas pessoas têm entrado por esta porta aberta e têm, assim como nós, encontrado sentido às suas vidas? Quantos adeptos da sinagoga de Satanás (cf. Ap 3, 9) Deus tem enviado, conforme prometeu em Sua Palavra, para que O reconhecesse como único Senhor e Salvador? Quantos chegam enfermos: física, psíquica e espiritualmente e, se não acolhidos, ficarão a mercê dos maus pastores, mercenários que abandonam as ovelhas quando veem o lobo? (cf. Jo 10,12)
2º - Existe um pedido explícito da Igreja na América Latina: “Necessitamos que cada comunidade cristã se transforme num poderoso centro de irradiação da vida em Cristo. Esperamos um novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança. Por isso, é imperioso assegurar calorosos espaços de oração comunitária que alimentem o fogo de um ardor incontido e tornem possível um atrativo testemunho de unidade ‘para que o mundo creia’(Jo 17,21)” (DA 362) Espera-se ambientes que facilitem o encontro pessoal com Jesus Cristo, onde Pentecostes seja perene. O Grupo de Oração é um espaço caloroso de oração, local do derramamento do Espírito Santo. A partir desta experiência, vidas são transformadas. Muitos redescobrem o operar do Espírito, retomam ou iniciam práticas espirituais. Descobrem o valor dos sacramentos. Sentem necessidade de ler e meditar a Sagrada Escritura. Fortificam seu amor àVirgem Maria e, principalmente, à Igreja.  Passam a ter um novo relacionamento com Deus.
3º- Jesus nos pediu para lançar as redes (cf. Lc 5,4) – Ele é quem ordena! E por Sua Palavra, a mesma que do nada criou todas as coisas (cf. Hb 11,3). Ainda que o “mar não esteja para peixe”, Ele nos convida a jogar as redes. Mesmo se passamos toda a noite pescando e nada apanhamos, podemos ouvir o incentivo do Senhor  que nos diz: “Tentem mais uma vez: a vocês cabe lançá-la; a Mim, enchê-la”. Certamente, testemunharemos milagres como os que os discípulos testemunharam: apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia (Lc 5, 6).
O nosso Grupo de Oração é um excelente lago onde muitos peixes poderão ser apanhados para o Senhor. Todas as pessoas que o encontram têm o direito de experimentar a mesma graça que nos enche sempre que a pedimos. Por isso, cada vez que nos empenhamos para possibilitá-la a todos, nosso grupo se torna ainda mais um ambiente de missão. E para que isto aconteça, precisamos cuidar dele.
Ações
Além disso, estamos reconstruindo as nossas muralhas, ou em outras palavras, consertando as nossas redes. Podemos melhorar nosso espaço primeiro de missão, começando por resgatar aquilo que lhe é próprio: nossa identidade carismática. Elementos da reunião de oração como o louvor, o batismo no Espírito Santo, a manifestação carismática, a escuta profética, a pregação querigmática e poderosa da Palavra de Deus não podem faltar e devem ser conduzidos sob a unção do Espírito Santo. Preparar uma boa acolhida, equipe para as crianças, providenciar lembrancinhas, entre outros, ajudam na ambientação.
Propiciar momentos de formação e espiritualidade para a equipe de serviço auxilia na preparação para a missão que toda semana assumem. Promover vigílias, Seminários de Vida no Espírito, de Dons e sobre o Batismo no Espírito Santo. Cuidar e pastorear os novos, pois isso permite que eles também cresçam junto com os demais. São várias as frentes missionárias no Grupo de Oração.
As palavras proféticas para a RCC do Brasil também encontram nele espaço, pois um ambiente missionário tem essa capacidade de unir. E todos precisam saber o que Deus tem nos falado para também participar e buscar as consequências benéficas de cada profecia. Por exemplo, Deus tem nos orientado a confrontar nossa vida com quatro princípios: da consciência da nossa identidade, da verdade, da partilha (justiça) e do bem (confira o texto completo com as Moções Proféticas no encarte da revista Renovação 67 ou em nosso portal). Como estamos trabalhando esses norteadores no Grupo de Oração? E o projeto Amigo de Deus, são os participantes são incentivados também a vivê-lo?
O Senhor está pedindo acesso ao nosso barco, que é o nosso Grupo de Oração, para dele falar ao Seu povo.  Também somos chamados a levar nossas embarcações mar adentro, com o sopro potente do Espírito Santo, sem medo das tormentas, seguros de que a Providência de Deus nos proporcionará grandes surpresas (cf. DA 551) Amém, aleluia!

Rita de Cássia de Sá 
Coordenadora da Comissão Nacional de Formação da RCCBRASIL

Palavras não traduzem - Como explicar nossos dogmas?

Diego Tales



Como explicar nossos dogmas em palavras de fácil compreensão, se o próprio dogma não é?
1-Como explicar que cremos que só existe um Deus, mas ele é três pessoas divinas, Pai Santo, Filho Santo e Espírito Santo?
2-Como explicar que o Filho Santo que existia desde toda a eternidade sendo um só Deus com o Pai Santo e o Espírito Santo um dia se criou no ventre de uma virgem?
3- Como explicar que esta virgem Maria não criou Deus porque Deus é criador e não criatura, é criador e não criado?
4-Como explicar que o Filho Santo criou a si mesmo no ventre dela e ela, que era criada, ao dizer o seu sim, nem por isso se tornou criadora do Deus que a criara? Como explicar Jesus? Como explicar Maria e os santos?
5- Como explicar que gerar é mais o que criar, por isso o Filho é eternamente gerado, mas não é criado?
6-Como explicar que Maria recebeu o Filho Santo no ventre e que concebê-lo não foi um ato criador porque o Filho eterno já existia? No ato carnal homem e mulher, atendendo ao desejo e à vocação de procriar, geram uma vida, vinda do conteúdo de ambos. Maria não gerou Jesus por ato carnal. Assumiu e aceitou quem se gerava nela!
7- Como explicar esta fé a um descrente e, mais do que descrente, a um cético? E como explicar a outro cristão que entende como adoração a Maria o que é apenas um tributo de veneração especial à serva? Como provar a eles que não vemos Maria como deusa?
8-Como explicar a um católico confuso que chama corretamente Maria como mãe de Deus, mas prega que Maria “criou” Deus aqui na terra, que a palavra “criou” não traduz o que Maria realmente fez?
9-Como explicar a ele que “cuidadora” de Deus não é “criadora” de Deus?
10- Como explicar que Maria não é eterna a um piedoso fiel que a chama de “eterna mãe de Deus”? Com provar a ele que, como todos nós, ela já estava na eterna mente criadora de Deus como projeto, mas ela ainda não existia e que só Deus é eterno? Ter sido eternamente escolhida pelo Deus que transcende ao tempo não é o mesmo que existir desde toda a eternidade. Deus sempre existiu. Maria começou a existir. Jesus era o Filho de Deus que aceitou viver no tempo e, um dia, começou a existir aqui, mas só aqui, porque já existia como Filho em Deus desde todo o sempre.
12-Como explicar que o Filho Santo é o próprio Deus que também é Pai Santo e Espírito Santo e que quando falamos do Filho de Deus encarnado estamos falando do próprio e único Deus?
13- Como explicar que mesmo sendo um só e único Deus, o Filho não é o Pai, nem este é o Filho e nem o Espírito Santo é o Pai? Como orientar um cristão a não chamar Jesus de Pai e a não dizer, orando, que Nossa Senhora criou Deus neste mundo?
14-Como pedir ao irmão que no seu entusiasmo proclama Maria filha do Pai, mãe do Filho e esposa do Espírito Santo que explique o que acabou de dizer, já que Deus não tem filha unigênita, nem é marido e não tem esposa? O que tais palavras significam?
15-Como explicar a outras religiões que Deus esteve aqui por alguns anos, nasceu de mulher, viveu sua infância e adolescência no seio de uma família, mas era Deus que encarnado e humanado, agia no tempo?
16- Como explicar que Deus tem poder de se tornar humano por algum tempo, embora o humano não tenha o poder de se tornar Deus nem por um segundo?
E como se pode ser claro sobre estes temas? Nossas palavras são pobres. Não traduzem o que cremos e, se não tomarmos cuidado com os verbos e os vocábulos, deturpam a fé.
Por isso, prestemos atenção ao nosso catecismo. Se prestarmos, jamais diremos que Nossa Senhora é “medianeira de todas as graças” e, sim, medianeira “de” graças. Deus não nos dá todas as graças por meio de Maria, mas Maria ora conosco por toda e qualquer graça que pedirmos que ela peça conosco.
Não temos que orar a Maria antes de orar o Pai Nosso. Podemos pedir a ela e aos outros santos que orem conosco, mas, segundo Jesus, podemos e devemos falar diretamente com o Pai e com Ele, ou usar o nome dele. (Mt 18,19). A Bíblia fala de intercessores humanos, que oram pelos outros, mas diz também que o único intercessor com poder é Jesus. Mas, ele nos dá o direito de falar ao Pai em seu nome sem nem sequer falar direto com ele (Jo 16,23-26) Podemos ir diretamente ao Pai. Por isso ele manda no Pai Nosso orar ao Pai e chamá-lo de Pai Nosso. (Mt 6,9)
Os santos são intercessores convidados, mas não intercessores obrigatórios. Ninguém deve desprezar a cumplicidade da prece dos salvos em Jesus, mas ninguém tem que primeiro falar com eles e só depois falar com Deus. Também não se deve diminuir o valor da prece de alguém que já está no céu.
E quem nega que haja pessoas no céu não deve ter lido os trechos que mostram o Deus rico em misericórdia (Ef 2,4) e Jesus que tem todo o poder no céu e na terra, (Mt 28,18) anunciando que viria buscar e levar com ele quem morreu na sua graça. ( Jo 14,3) Uma coisa é a ressurreição do último dia da humanidade e outra a ressurreição de cada um que morre agora. Virei e vos levarei para mim mesmo, disse ele! As parábolas de Jesus dão a entender, principalmente a do mendigo Lázaro (Lc 16,22 ), que existe um encontro pessoal do indivíduo com Deus e que não temos que esperar até o fim dos tempos para entrar no céu.
Como explicar tudo isso a quem não tem nem mesmo um catecismo, ou tem, mas ainda não o leu? O problema número um da nossa igreja continua sendo o estudo da fé. Aceitamos testemunhar nossa fé, mas raramente aceitamos estudá-la e aprofundar nossos conhecimentos. Preferimos o rosário entre os dedos ao livro sobre a mão. Preferimos dedilhar as contas do rosário a folhear as páginas da Bíblia e do Catecismo Católico. Um dia, isso mudará, mas somente quando todos tiverem entendido que Jesus é para ser amado e estudado! Foi o que Paulo e Tiago disseram:
Mas vós não aprendestes assim a Cristo, (Efésios 4 : 20)
O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco. (Filipenses 4 : 9)
E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. (Romanos 16 : 17)
E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. (II Timóteo 3 : 15)
Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. (I Timóteo 4 : 16)
Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito. (Tiago 1 : 25)
Questione o pregador sem estudo, na próxima vez que alguém pregar que está expulsando o demônio da árvore genealógica de sua família; que você pode comungar Maria; que ela tem o mesmo DNA que Jesus; que o sangue de Cristo no cálice é o mesmo derramado na cruz; que Maria só mereceu ser mãe de Cristo porque era virgem pura porque Jesus não nasceria de mãe que tivesse tido outros filhos; ou que Maria deixou de ser virgem depois de conceber Jesus; ou que Deus fará milagres no domingo à tarde às 15 h; ou que foi demônio que apagou a luz no estádio onde todos oravam e que Jesus a acendeu; ou quando ouvir um pregador sequioso por milagres expulsar do Brasil o demônio da dengue com seus mosquitos; ou, ainda, quando ouvir alguém desfilando mais de 40 doenças que estão sendo curadas naquele momento pela televisão.
Não engula tudo como se fosse doutrina católica. Pode ser doutrina de um grupo, mas não da Igreja como um todo. Mais Bíblia e mais Catecismo com mais teologia podem mudar muita coisa na nossa Igreja. Já sabemos que a falta deles levou muita gente para fora de nós e nos deu muitos pregadores que não sabem do que estão falando.
O assunto é provocador e os primeiros a corrigir seus conhecimentos e suas palavras devem ser os sacerdotes. E eu me incluo. Se alguém achar erro no que preguei ou prego provoque-me e prove que eu errei. De bom grado pedirei desculpas e me corrigirei. Espero o mesmo daquele padre que ensinou que devemos invocar Maria e os santos após a comunhão porque somos incapazes de receber Jesus e falar com ele sozinhos. Trocou o “podemos” pelo “devemos”. A Igreja não nos obriga a invocar os santos toda vez que falarmos com Jesus. Naquele caso, o padre impôs ao povo sua devoção pessoal. Mas ele não foi ordenado para pregar o que sente e, sim, o que a Igreja ensina! Nem ele, nem eu, nem você!
Cuidemos com as palavras sobre Deus. Como diz o Padre Antonio Vieira no sermão da sexagésima, "há pregadores que pregam palavras de Deus, mas não a Palavra de Deus!"

por
Padre Zezinho

Vivei sempre contentes

Diego Tales

 “Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias daí graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus, em Cristo Jesus.” I Tess 5, 16-18.
O Papa Paulo VI, na sua encíclica sobre a alegria cristã, disse que o nosso tempo multiplicou as ocasiões de prazeres, mas não é capaz de gerar alegria, pois a verdadeira alegria é serena.
É muito oportuno meditarmos sobre suas palavras. Temos buscado essa alegria cheia de ruído e de prazeres para os sentidos que o mundo nos oferece, ou temos buscado encontrar a verdadeira alegria que vem de um coração que confia em Deus e se alegra pela sua salvação e por isso recebe essa alegria profunda e serena que é fruto do Espírito Santo? 
 Em tudo o que nos acontece, nos momentos bons e nos momentos difíceis, devemos fazer uma digestão dos acontecimentos, filtrar tudo no amor a Deus e ao próximo, colher tudo o que a vida nos oferece, colher alegria, colher sofrimento, colher a dificuldade e transformar em amor, para daí sim, poder colher a alegria que vem de Deus.
A alegria nunca vem de fora, mas vem, de dentro. No meio da dor, do sofrimento devemos cavar a alegria que está dentro de nós, a alegria que é fruto do amor, fruto do Espírito, pois “A esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” Rm 5,5
Em tudo o que nos acontece, portanto, devemos pedir: “Espírito Santo, me ajuda a amar nesta situação!”  É amando e fazendo o bem, confiando em Deus e esperando nas suas promessas que a alegria vai brotando de dentro de nós.
A alegria como virtude é um esforço, um exercício que vem da presença de Deus em nós. Se eu abraço a minha dor para transformar em amor para os outros, para transformar em sorrisos para os outros, a minha dor vai sendo mitigada. Às vezes, o Senhor faz um processo formativo conosco, permitindo que soframos e passemos por dificuldades, mas não podemos esquecer: “Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios.” Rm 8,28     
O amor de Deus coloca tudo no seu lugar. Uma vez ouvi uma frase de Dom Alberto Taveira que nunca esqueci. Ele disse: “O Senhor une todos os acontecimentos da nossa vida para transformar em história de salvação.”
Cultivar a tristeza, a amargura é pecado, porque a pessoa fica egoísta, toda voltada para si mesma. São Francisco tinha a seguinte oração: “Senhor, tu que és alegria, eu te peço perdão por ter deixado habitar na tua casa a filha dileta do demônio que é a tristeza.”
A moção para nós, portanto, é cultivar a alegria, sairmos de nós mesmos, olhar para o Senhor e acolhermos com amor tudo o que nos acontece, pois nada acontece na nossa vida sem que Deus o permita, Ele é Senhor de tudo, se permite que coisas aconteçam na nossa vida é porque faz parte da nossa história de salvação.

Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária-geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL

Olhe adiante

terça-feira, 12 de julho de 2011 Diego Tales

“Não ficaram pensando em voltar para a terra de onde tinham saído. Se quisessem, teriam a oportunidade de voltar. Mas, pelo contrário, estavam procurando uma pátria melhor, a pátria celestial. E Deus não se envergonha de ser chamado de o Deus deles, porque ele mesmo preparou uma cidade para eles” (Hb 11, 15-16).


A Bíblia Sagrada nos fala dos heróis da fé como pessoas que caminharam neste mundo como se não pertencessem a este mundo. Na realidade não pertenciam mesmo, e é assim com todo aquele que descobre a Palavra de Deus e passa a andar em fé real.
Os pés tocam o chão, mas seus olhos contemplam o céu porque seus corações estão firmados sobre as promessas de Deus.
O mais bonito em toda a história da pessoa de fé é que ela descobriu que o Senhor Deus lhe preparou bênçãos completas, sabem que se seguirem adiante caminharão cada vez mais tomando posse daquilo que lhe foi preparado e lhe foi dado em Cristo, nesta vida e depois na glória de Deus.
A pátria melhor de que nos fala esta passagem de Hebreus 11 não se restringe ao céu que é dado após a última chamada, mas plenamente é o Evangelho porque somente por meio dele que se pode viver agora na vida de comunhão com o Senhor.
O céu dado aos que adormeceram em Cristo se torna como coroa de uma vida de bênção. Aquele que está em Cristo já anda em novidade de vida e quer esteja vivo, quer esteja morto Cristo é tudo nele e assim a palavra de Deus lhe faz sentido. Sua vida é abençoada e seus passos andam em concordância com as Escrituras. Nada faz para desagradar ao Senhor, desvia seus olhos da morte, contempla a vida no Senhor e traz bênçãos em seus passos.
Quando olha para a frente decididamente é porque está agradecido pela bênção do dia anterior, mas sabe que há muito mais para o dia que nasce e para a manhã seguinte ininterruptamente.
Sendo assim, vive acerca das santas promessas, combate em sua vida o pecado e suas atrações sem deixar-se enganar. Compreende que se olha para trás está dando a si mesmo duas chances de derrotas; primeiro a oportunidade de perder o que vem adiante, e depois a chance do inimigo lhe iludir fazendo-o pensar que a bênção de ontem foi menor do que merecia, fazendo-o assim se arrepender da fidelidade e procurar outra coisa fora de Deus.
Desta maneira foi que o inimigo seduziu Eva que fez pecar a Adão. Não os tirou do Paraíso mas os fez olhar para trás.
Deus havia criado tudo em harmonia e cumulado de bênçãos e dons, mas o inimigo os fez deixar de olhar o que mais tinham para usufruir e os fez contemplar o que já era deixado de lado um vez que o Senhor lhes disse que aquilo não servia para eles..


Olhe adiante, olhe por meio das Santas Promessas; siga decididamente e tenha a coragem de sonhar com a coroa final sem deixar de usufruir e abençoar a vida presente.
Deus lhe reservou muita graça neste dia e a partir dele, quando se lembrar de ontem, pense nas maravilhas que fez o Senhor e de como elas são sinais de bens maiores que estão guardados para todo aquele que crê.


Em Cristo
Sandro F. Peres