
O  mundo que nos rodeia não nos ensina a morrer.  Tudo é feito para  esconder a morte, para incitar-nos a viver sem pensar nela, em  termos  de um projeto, como se estivéssemos voltados para objetivos a serem   alcançados e apoiados em valores de efetividade. Tampouco nos ensina a  viver.  
No máximo a ter êxito na vida, o que não é a mesma coisa. Trata-se de “fazer”, de “ter” cada vez mais, em uma corrida desenfreada em busca de uma felicidade material a respeito da qual acabamos por perceber, mais cedo ou mais tarde,, não ser suficiente para conferir um sentido às nossas existências. Assim, às vezes ouvimos da boca de agonizantes revoltados, amargurados, o derradeiro lamento por terem passado ao largo do essencial. Não é necessário ser particularmente religioso para sentir que não estamos nesta terra para passar nossa vida a produzir e consumir.
No máximo a ter êxito na vida, o que não é a mesma coisa. Trata-se de “fazer”, de “ter” cada vez mais, em uma corrida desenfreada em busca de uma felicidade material a respeito da qual acabamos por perceber, mais cedo ou mais tarde,, não ser suficiente para conferir um sentido às nossas existências. Assim, às vezes ouvimos da boca de agonizantes revoltados, amargurados, o derradeiro lamento por terem passado ao largo do essencial. Não é necessário ser particularmente religioso para sentir que não estamos nesta terra para passar nossa vida a produzir e consumir.
Em uma das suas conferencias sobre a  experiência da morte, o padre Maurice Zundel formulava a questão nestes termos:  O  que fazemos da nossa vida? Estamos à procura de nós mesmos, fugimos de  nós,  reencontramo-nos de forma intermitente e nunca chegamos a fechar o  círculo, a  definir-nos a nós próprios, a saber quem somos... Não temos  tempo, a vida passa  tão depressa, estamos absorvidos pela preocupações  materiais ou por  diversões... e, finalmente, a morte chega e é  em sua presença que tomamos  consciência de que a vida poderia ter sido  algo de imenso, de prodigioso, de  criador. Mas já é tarde demais... e a  vida só adquire todo o seu relevo no  imenso desgosto de uma coisa  inacabada. É, então, que a morte, justamente porque  a vida ficou  inacabada, aparece como um sorvedouro.
Onde é que, atualmente, a questão do sentido poderá expressar-se? Onde poderá encontrar a resposta?
Todo homem confrontado com a iminência da morte pode ser levado a formular-se questões de ordem espiritual (qual é o sentido da minha vida? Haverá uma transcendência? O que acontecerá ao meu ser?). Como é grande a solidão quando não conseguimos expressar tais questões, compartilha-las com os outros! Estaremos prontos para escutá-las? O que dizer, como proceder perante o absurdo do luto, o desgosto, o desespero? O que responder àqueles que perguntam por que? Àquele que – entrevado, dependente, com o corpo deteriorado – pergunta a si mesmo que sentido poderá ter a prolongação da vida?
Onde é que, atualmente, a questão do sentido poderá expressar-se? Onde poderá encontrar a resposta?
Todo homem confrontado com a iminência da morte pode ser levado a formular-se questões de ordem espiritual (qual é o sentido da minha vida? Haverá uma transcendência? O que acontecerá ao meu ser?). Como é grande a solidão quando não conseguimos expressar tais questões, compartilha-las com os outros! Estaremos prontos para escutá-las? O que dizer, como proceder perante o absurdo do luto, o desgosto, o desespero? O que responder àqueles que perguntam por que? Àquele que – entrevado, dependente, com o corpo deteriorado – pergunta a si mesmo que sentido poderá ter a prolongação da vida?
Pe. Emílio Carlos
Comunidade Alpha e Ômega
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Diego Tales



0 comentários:
Postar um comentário