Você já sabe que amar é dar-se ao outro integral e  gratuitamente para construí-lo. É a essência da vida a dois e o fermento  que faz o casal crescer. Mas para que você possa se dar a alguém,  livremente, você precisa possuir-se; ser senhor de si mesmo. As pessoas  transformam o amor em egoísmo porque não têm o domínio de si mesmas e  não conseguem dar-se, apenas tomar e receber.
Sem ser senhor de si mesmo você não  consegue se dar, não consegue amar. Só consegue ser egoísta. É fácil  constatar que hoje as piores doenças começam a ser do espírito e não do  corpo. Cresce o número de psiquiatras e psicólogos e alastra-se a  depressão. São as consequências dos desequilíbrios de um mundo onde o  amor agoniza, porque o homem abandonou Deus. Maravilhado com seus  feitos, o homem se adora como o seu próprio deus, por isso se deixa  esmagar pela matéria.
Eis a triste realidade hoje: o homem  adora as coisas e a si mesmo no lugar de Deus, e inverte a escala dos  valores. Então o amor morre. Para que você possa amar de verdade, como  Deus quer, é preciso que você caminhe "de pé", isto é, respeitando a  primazia dos valores: em cima, o espírito; depois do racional; e abaixo  do físico. Por essa razão, se o seu corpo domina o seu espírito, então  você caminha de cabeça para baixo.
Os três níveis são fundamentais para a  vida, mas é imprescindível que a sua hierarquia seja respeitada, sob  pena de o homem se tornar um perigoso animal.
É o corpo que assume o comando  quando a sensibilidade é satisfeita sem restrições, ou quando a  satisfazemos com todos os prazeres da comida, da bebida, do sexo, que  ele exige. Você caminha de cabeça para baixo quando é o corpo  quem dá as ordens. Desse modo, vive-se como verdadeiro animal, apenas  para comer, beber, dormir e gozar os prazeres do sexo.
Ao viver assim é o instinto que  comanda, não a razão. Como uma pessoa dessa pode amar, como pode se dar  ao outro, renunciar a si mesma se o que importa é a satisfação do "seu"  corpo?
Felipe Aquino 
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. 
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Diego Tales




0 comentários:
Postar um comentário