As descobertas de São Paulo

quarta-feira, 6 de julho de 2011 Diego Tales

Em Atos dos Apóstolos, por meio da conversão de São Paulo houve muitos frutos importantes na vida da Igreja.
O apóstolo dos gentios, em sua época, via que estava surgindo uma nova "seita, o cristianismo" que ia contra a religião judaica da qual ele era embaixador. Porque, para os judeus, acreditavam que o ser humano era o salvador de si mesmo por meio de suas boas obras, mas esta "seita" por sua vez, afirmava que a salvação só era obtida por meio de Jesus Cristo, porque Ele é o Salvador. Por isso Paulo queria destruir os cristãos de qualquer forma, a uma certa altura dos acontecimento, ele obteve dos sumos sacerdotes uma carta de recomendação para aprisionar todos os cristãos que ele encontrasse pelo caminho.

E olha que interessante, antes de serem chamados de "cristãos" eles eram chamados de os "seguidores do caminho" e interessante é que os seguidores de Jesus são chamados a percorrer no mundo o novo caminho, o caminho do seguimento d'Ele.
Mas quando o apóstolo está se aproximando de Damasco, Jesus aparece para ele, não com um aspecto humano, mas como uma luz resplandecente.

Nesse caminho para Damasco São Paulo faz três descobertas importantes:

Primeira descoberta: Paulo descobriu a originalidade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele descobriu que Jesus era diferente de todos os profetas e fundadores de religião, porque todas eles estavam mortos e encerrados no passado; ele descobriu que este Jesus está vivo e Ressuscitado em meio a nós.

Segunda descoberta: Paulo também descobriu a originalidade da Igreja, a Igreja é uma comunidade viva, uma comunidade de graça e salvação. Ela forma uma totalidade, mais tarde ela a chamará de "Corpo Místico de Cristo". Logo, perseguir a Igreja é perseguir o próprio Cristo.

E a terceira descoberta: A Igreja é universal e espiritual. A sua conversão não é obra humana, mas sim obra da graça de Deus. Nossa vocação é obra divina, é um chamado de Deus. O Senhor nos chamou para sermos apóstolos de Cristo. Paulo se encontrou com Jesus a caminho de Damasco e nós podemos encontrar o Senhor todos os dias na Eucaristia.

Jesus Cristo mesmo nos diz: "Minha carne é verdadeira comida e meu sangue verdade bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e Eu nele. Quem come a minha carne e bebe o meu Sangue terá a vida eterna".

"O Corpo alimentado pela Eucaristia está destinado de um modo mais profundo à ressurreição" (São Justino).

Quando os judeus ouviram este realismo a respeito da Eucaristia eles voltaram atrás no seguimento de Jesus. E essa crise que foi gerada também no coração dos discípulos de Jesus, quando Ele afirmou: "A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue verdadeira bebida" e muitos deles voltaram atrás, mas Cristo não voltou atrás e lhes perguntou: "E vocês não querem também voltar atrás?" E São Pedro afirmou: "A quem iremos, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna!"

Pedro compreendeu que as palavras de Jesus não eram meramente humanas, mas eram cheias do Espírito Santo. A Eucaristia é, sobretudo, um sacramento por meio do qual Cristo permanece conosco. A Eucaristia é o Emanuel é o Deus conosco. Já afirmava o Beato João Paulo II, em sua encíclica: "A Igreja da Eucaristia": "A Eucaristia é o supremo bem da Igreja".

A Eucaristia é o sacramento pascal por excelência, ela nos sustenta para que possamos amar o outro até o extremo, como fez Jesus Cristo na cruz.

Dom Benedito Beni
Bispo da Diocese de Lorena -SP

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