POR QUE CREIO NA IGREJA?

quinta-feira, 30 de agosto de 2012 Diego Tales



A Igreja é um mistério (cf., por ex., Rm 16, 25-27), quer dizer, uma realidade na qual entram em contato e comunhão Deus e os homens. Igreja vem do grego “ekklesia”, que significa assembleia dos convocados. No Antigo Testamento, foi utilizada para traduzir “quahal Yahweh”, ou assembleia reunida por Deus para honrá-Lo com o culto devido. São exemplos disso a assembleia sinaítica e a que se reuniu em tempos do rei Josias com o fim de louvar ao Senhor e voltar à pureza da Lei (reforma).

No Novo Testamento, existem várias significações, em continuidade com o Antigo, mas designa especialmente o povo que Deus convoca e reúne desde os confins da terra para constituir a assembleia de todos aqueles que, pela fé em Sua Palavra e pelo batismo, são filhos de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito Santo (cf. Catecismo, 777; Compêndio, 147).

Na Sagrada Escritura, a Igreja recebe diversos nomes, cada um dos quais sublinha especialmente alguns aspectos do mistério da comunhão de Deus com os homens. “Povo de Deus” é um nome que Israel recebeu. Quando se aplica à Igreja, novo Israel, quer dizer que o Senhor não quis salvar os homens isoladamente, mas constituindo-os em um único povo, reunido pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, que o conhecesse na verdade e o servisse santamente .

Significa, também, que ela foi escolhida por Deus, que é uma comunidade visível que está a caminho – entre as nações – até sua pátria definitiva. Nesse povo, todos possuem a comum dignidade dos filhos de Deus, uma missão comum, ser sal da terra, e um fim comum, que é o Reino de Deus. Todos participam das três funções de Cristo: real, profética e sacerdotal (cf. Catecismo, 782-786).

Quando dizemos que a Igreja é o “Corpo de Cristo”, queremos sublinhar que, pelo envio do Espírito Santo, Cristo une os fiéis intimamente consigo, principalmente na Eucaristia, incorpora-os na Sua Pessoa, pelo Espírito Santo, mantendo-se e crescendo unidos entre si na caridade, formando um só corpo na diversidade dos membros e funções. Indica-se também que a saúde ou a doença de um membro repercute em todo o corpo (cf. 1Cor 12,1-24), e que os fiéis, como membros de Cristo, são seus instrumentos para atuar no mundo (cf. Catecismo, 787-795). A Igreja é também chamada de “Esposa de Cristo” (cf. Ef 5,26 ss), o que enfatiza, dentro da união, que ela mantém com Cristo, a distinção de ambos os sujeitos.

Assinala também que a Aliança de Deus com os homens é definitiva, porque Ele é fiel às Suas promessas, e que a Igreja Lhe corresponde, da mesma forma, fielmente, sendo Mãe fecunda de todos os filhos do Senhor.

A Igreja é também o “templo do Espírito Santo”, porque Ele vive no corpo da Igreja e a edifica na caridade, com a Palavra de Deus, com os sacramentos, com as virtudes e os carismas [4]. Como o verdadeiro templo do Espírito Santo foi Cristo (cf. Jo 2, 19-22), esta imagem também enfatiza que cada cristão é Igreja e templo do Espírito Santo. Os carismas são dons que o Espírito concede a cada pessoa para o bem dos homens, para as necessidades do mundo e, particularmente, para a edificação da Igreja. Aos pastores compete discernir e avaliar os carismas (cf. Ts 5,20-22; Compêndio,160).

“A Igreja tem sua origem e realização no desígnio eterno de Deus. Foi preparada na Antiga Aliança com a eleição de Israel, sinal da futura reunião de todas as nações. Fundada pelas palavras e ações de Jesus Cristo, foi formada sobre tudo mediante Sua Morte redentora e Sua Ressurreição. Mais tarde, manifestou-se como mistério de salvação mediante a efusão do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Ao final dos tempos, alcançará sua consumação como assembleia celestial de todos os redimidos” (Compêndio, 149; cf. Catecismo, 778).

Quando Deus revela Seu desígnio de salvação, que é permanente, manifesta também a forma como deseja realizá-lo. Esse desígnio não terminou com um único ato, mas foi primeiro preparando a humanidade para acolher a salvação; somente mais adiante revelou-o plenamente em Cristo. Esse oferecimento de salvação na comunhão divina e na unidade da humanidade foi definitivamente outorgado aos homens por meio do dom do Espírito Santo que foi derramado nos corações dos crentes, colocando-os em contato pessoal e permanente com Cristo.

Sendo filhos de Deus em Cristo, nos reconhecemos irmãos dos demais filhos de Deus. Não há uma fraternidade ou unidade do gênero humano que não se baseie na comum filiação divina, a qual nos foi oferecida pelo Pai em Cristo; não há uma fraternidade sem um Pai comum, ao qual chegamos pelo Espírito Santo.

A Igreja não foi fundada pelos homens; nem mesmo é uma resposta humana nobre a uma experiência de salvação realizada por Deus em Cristo. Nos mistérios da vida de Cristo, o ungido pelo Espírito, cumpriram-se as promessas anunciadas na Lei e nos profetas.

Pode-se dizer também que a ação da Igreja coincide com a vida de Jesus Cristo; a Igreja vai tomando forma em relação à missão de Cristo entre os homens e para os homens. Não há um momento único em que Cristo tenha fundado a Igreja, pois a fundou em toda sua vida: desde a encarnação até Sua Morte, Ressurreição, Ascensão e com o envio do Paráclito. Ao longo de Sua vida, Cristo – em quem habita o Espírito – foi manifestando como devia ser Sua Igreja, dispondo as coisas, umas após outras. Depois de Sua Ascensão, o Espírito foi enviado à Igreja e, nela, permanece, unindo-a à missão de Cristo, recordando-lhe aquilo que o Senhor revelou, guiando-a ao longo da história até sua plenitude.

Ele é a causa da presença de Cristo pelos sacramentos e pela Palavra, e a adorna continuamente com diversos dons hierárquicos e carismáticos [5]. Por sua presença, cumpre-se a promessa do Senhor de estar sempre com os Seus até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20).

Miguel de Salis Amaral

O trabalho na família

quarta-feira, 29 de agosto de 2012 Diego Tales


A Igreja no Brasil aproveita o mês de Agosto para dar enfoque às vocações. Além das vocações sacerdotais e religiosas, outro dos chamados que é refletido é o da família cristã, berço e célula básica da sociedade. Uma família que viva os preceitos do Evangelho e seja, no mundo atual, testemunho do amor de Deus.
A coordenação nacional do Ministério para as Famílias propõe uma série de reflexões para este mês. Baseadas no tema do Encontro Mundial das Famílias deste ano, “A família: o trabalho e a festa”, esses temas semanais poderão a ajudar na oração em família ou no próprio Grupo de Oração.
O trabalho na família
Gn 1,26-31;21-3
Deus cria o ser humano, como o oleiro que trabalha o barro (Gn 2,7). Diante das maravilhas cridas no mundo, Deus contempla e se rejubila com o ser humano, obra prima do Seu trabalho. Por isso, quando nos reconhecemos como criaturas de especial predileção diante das maravilhas do mundo, revivamos de alguma maneira o júbilo de Deus.
Contudo a criação não deve ser apenas contemplada e admirada pelo ser humano, mas por ele transformada. Com efeito, o trabalho é para cada ser humano um chamado a participar efetiva e afetivamente na obra de Deus, fazendo na criação um verdadeiro trabalho de santificação.
Como coparticipante da criação, o ser humano não está submetido ao trabalho, mas submete a “terra” pelo trabalho. Isto é, todo o globo terrestre está à disposição do ser humano, a fim de que ele, mediante a sua criatividade e o seu compromisso, descubra os recursos necessários para viver e fazer deles o devido uso. Para esta finalidade, hoje muito mais que no passado, não podemos esquecer que a terra nos foi confiada por Deus como um jardim a apreciar e a cultivar (Gn 2,7).
Através do trabalho, as pessoas também nutrem as suas relações familiares. Com efeito, a benção de Deus diz respeito a fecundidade do casal e a dominação da terra. Esta dupla benção convida a bondade da vida familiar e da vida de trabalho, encorajando o ser humano a encontrar uma forma de viver a família e o trabalho de modo equilibrado e harmonioso.
Airton e Marli Silva
Coordenadores Nacionais do Ministério para as Famílias

A paciência completa a fé

Diego Tales


“Sobre tuas muralhas, Jerusalém, coloquei vigias; nem de dia nem de noite devem calar-se. Vós, que deveis manter desperta a memória do Senhor, não vos concedais descanso algum e não o deixeis em paz, até que tenha restabelecido Jerusalém para dela fazer a glória da terra” (Is 62,6-7).
Irmãos e irmãs, não é verdade que nós cristãos e, sobretudo os intercessores, de um modo ou de outro, precisamos reconhecer-nos nessas palavras da Sagrada Escritura?
Sim! A Palavra de Deus neste trecho do livro de Isaías nos ensina que não devemos esmorecer e que é necessária a persistência em pedir e em esperar até que a ação de Deus aconteça naquela situação que durante a nossa intercessão apresentamos para o Senhor. O intercessor deve permanecer com esperança e disposição, enquanto aguarda com paciência o agir de Deus em Seu tempo e segundo a Sua vontade.
Quando permitimos que a fé e a paciência atuem simultaneamente contribuímos para que a ação de Deus se torne possível, e confiantes na expectativa de que Ele vai cumprir Suas promessas, passaremos a ver em nosso meio os frutos da intercessão.
“Desejamos, apenas, que ponhais todo o empenho em guardar intacta a vossa esperança até o fim, e que, longe de vos tornardes negligentes, sejais imitadores daqueles que pela fé e paciência se tornam herdeiros das promessas... Abraão, esperando com paciência, alcançou a realização da promessa” (Hb 6,11-12.15).
Pedir, esperar e obter são três atitudes muito importantes que contribuirão para desenvolver a paciência para esperar o cumprimento das promessas de Deus em nossa vida e em nosso Ministério. São Paulo ensina que devemos aguardar o cumprimento da nossa oração não apenas através da fé ou somente através da paciência. Mas através da fé e da paciência. Estas duas virtudes são necessárias para se alcançar, ou seja, para que as promessas de Deus para nós deixem de serem apenas promessas e passem a ser vistas como um fato realizado.
É a paciência ou perseverança que vai viabilizar o cumprimento da nossa intercessão. A fé libera o poder de Deus, mas é a paciência que mantém a fé agindo o tempo necessário para que este poder continue a ser liberado até obtermos o que pedimos na intercessão.
Precisamos ter consciência que o tempo certo é o tempo de Deus e para vivermos esse tempo é necessário esperar; Deus se utiliza dessa espera para nos amadurecer e nos formar.
No entanto, este tempo entre a intercessão e o cumprimento precisa ser bem cultivado pelo intercessor que espera com fé. É necessário que a Palavra de Deus esteja presente na sua vida, no seu dia-a-dia para alimentar a esperança e a fé.
Ainda que inicialmente você não veja nenhum sinal que evidencie que a sua intercessão foi ouvida pelo Senhor, não perca a esperança. Acreditar que o Senhor vai atender a sua intercessão é como plantar uma semente na terra. Se a semente for zelosamente cuidada, regada e adubada, com o tempo ela vai nascer e dará frutos. Você pode regar e adubar a sua semente através do louvor, da adoração, da vivência dos Sacramentos, do jejum etc. Desde o dia que você plantar até o dia que você for colher os frutos da sua intercessão, adube e regue a sua semente com o adubo da oração e a água do Espírito e espere com paciência e com fé o cumprimento das Promessas de Deus em sua vida.
“Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á” (Mt 7,7-8).

Núcleo Nacional do Ministério de Intercessão

A oração abre a porta da nossa vida a Deus, lembra o Papa

quinta-feira, 9 de agosto de 2012 Diego Tales

Assim como fazia quando era padre, arcebispo e cardeal, em agosto o Papa Bento XVI, nas audiências gerais, apresenta a figura do santo do dia e o faz ressaltando o aspecto da própria vida de oração pessoal e da relação com Deus.

No pátio do Palácio de Castel Gandolfo, na presença de 1,5 mil fiéis, Bento XVI falou sobre São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Frades Pregadores, os padres dominicanos.

"São Domingos foi um homem de oração. Apaixonado por Deus, não teve outra aspiração além da salvação das almas, em particular daquelas que caíram nas redes da heresia de seu tempo". A oração foi para ele "a força que renovou e tornou cada vez mais fecundas as suas obras apostólicas", observou o Santo Padre.

Uma característica da vida de São Domingos, salientada pelo Papa como exemplo para nós hoje, foi sua capacidade de "integração harmoniosa entre contemplação dos mistérios divinos e atividade apostólica" que o levou à profunda comunhão com Deus.

São Domingos não deixou nenhum escrito sobre a oração, mas o seu modo de rezar foi composto por um frade dominicano nas "Nove maneiras de rezar de São Domingos". Sempre diante de Jesus Crucificado, de joelhos, em gesto de humildade e penitência, demonstrava "um comportamento corporal e espiritual que, intimamente compenetrados, favorecem o recolhimento e o fervor". Ele rezava sem limites de tempo, mesmo depois da recitação da Liturgia das Horas e depois da Missa.

Sobre o exemplo do Santo, o Papa ressaltou "a importância dos comportamentos exteriores na nossa oração": o ajoelhar-se, o estar em pé diante do Senhor, o fixar o olhar no Crucifixo, o parar e se recolher em silêncio que "não são secundários, mas nos ajudam a nos colocar interiormente, com toda a nossa pessoa, em relação com Deus".

Bento XVI convidou os fiéis a darem testemunho "em família, no trabalho, no empenho social, e também nos momentos de distensão, está a oração". Na saudação em espanhol o Papa acrescentou que "na relação constante com o Senhor recebe-se a força para viver intensamente cada momento, e afrontar inclusive as maiores dificuldades".

Na saudação feita em português, o Sumo Pontífice acrescentou que "a oração abre a porta da nossa vida a Deus; e nela Deus ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros, envolvendo a todos na luminosa presença de Deus que nos habita".

Ao fim da catequese, o Santo Padre convidou os fiéis a "encontrar diariamente momentos para rezar com tranquilidade; será um modo também para ajudar quem está próximo a entrar no raio luminoso da presença de Deus, que traz a paz e o amor que todos nós precisamos".
Fonte: Gaudium Press

Rezar reduz risco da doença de Alzheimer, afirmam cientistas

Diego Tales

Um grupo de cientistas dos Estados Unidos e de Israel concluíram que rezar regularmente pode reduzir, no caso das mulheres, até em 50 por cento o risco de sofrer a doença de Alzheimer.

Os resultados, expostos em junho na Universidade de Tel Aviv (Israel), apontaram que a oração influi de forma notavelmente positiva no cérebro.
Segundo o professor Rivka Inzelberg, que encabeçou o estudo, "a oração é um costume no qual se utiliza o pensamento, e a atividade intelectual ocasionada poderia constituir uma medida de prevenção contra a doença".

"Qualquer trabalho intelectual influi positivamente ao trabalho do cérebro", assinalou o cientista.

A investigação experimentou dificuldades ao determinar a relação entre a oração e o Alzheimer entre homens, já que 90 por cento dos homens asseguraram rezar diariamente, o que impossibilitou ter uma amostra adequada.
Entretanto, "entre as mulheres, só 60 por cento rezava cinco vezes ao dia, e 40 por cento não rezava regularmente, assim pudemos comparar a informação", indicou Inzelberg.
Fonte: ACI Digital

"Não tiremos Deus da família!"

Diego Tales

O Arcebispo do México (México), Cardeal Norberto Rivera, criticou a ideologia de gênero e pediu aos mexicanos para evitar que Deus seja tirado das famílias, como aconteceu em muitos outros campos da vida cotidiana.

"Tiramos Deus de muitos campos da vida: da escola, do esporte, dos meios de comunicação, da política, da economia e também da investigação a favor da vida que é o maior perigo. Cuidado, não tiremos Deus da família! Perdendo o sentido de Deus, perdemos nossa identidade como sendo Sua imagem e semelhança", advertiu.

O Cardeal defendeu a diferença e complementariedade que existe entre o homem e a mulher, e ambas querem ser anuladas pela ideologia de gênero. "A diferença corporal, chamada sexo, minimiza-se e se considera um simples efeito dos condicionamentos socioculturais. Evidencia-se, assim, como máximo, a dimensão estritamente cultural, chamada gênero", assinalou.

O Arcebispo disse que "daí vem o questionamento da índole natural da família, composta por pai e mãe, a equiparação da homossexualidade à heterossexualidade, a proposta de uma sexualidade polimorfa. Segundo isto, a natureza humana não leva em si mesmo características que se imporiam de maneira absoluta: toda pessoa poderia ou deveria configurar-se segundo seus próprios desejos, livre de toda predeterminação biológica".

Diante disso, o Cardeal Rivera chamou a "redescobrir a dignidade comum do homem e da mulher, no reconhecimento mútuo e na colaboração".

"O ser humano é uma pessoa, de igual maneira o homem e a mulher. Estão em relação recíproca. O corpo humano, marcado pelo selo da masculinidade ou da feminilidade, está chamado a existir na comunhão e no dom recíproco. Por isso o matrimônio é a primeira e fundamental dimensão desta vocação. Embora transtornadas e obscurecidas pelo pecado, estas disposições originárias do Criador não poderão ser anuladas nunca", afirmou.
Fonte: ACI Digital