“Deus é amor” (1Jo 4, 8)
Iniciar um relacionamento significa  começar um processo de conhecimento do outro. Entre o homem e Deus isso  também acontece. Relacionar-se com Ele significa buscar conhecê-lo cada  vez mais. Nessa busca, muitos tentam definir a Deus. O Catecismo da  Igreja Católica faz isso, logo no primeiro parágrafo: “Deus,  infinitamente Perfeito, Bem-aventurado em sim mesmo, em um desígnio de  pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo participar de sua  vida bem-aventurada. Eis por que desde sempre e em todo o lugar, está  perto do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-lo, a conhecê-lo e a amá-lo  com todas suas forças”.
No parágrafo 36: “A Santa Igreja, nossa  mãe, sustenta e ensina que Deus, princípio e o fim de todas as coisas,  pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana a partir  das coisas criadas. Sem esta capacidade, o homem não poderia acolher a  revelação de Deus. O homem tem esta capacidade por ser criado à imagem  de Deus”.
E ainda no parágrafo 27: “O desejo de  Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus  e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem para si, e somente em  Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de  procurar”.
Na sequência deste texto, segue parte da  Constituição Pastoral Gaudium et Spes (GS 19, 1): “O aspecto mais  sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com  Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de dialogar com ele, começa  com a existência humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou  por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive  plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se  entregar ao seu criador”.
Estes três parágrafos não são os únicos.  Porém, mostram com clareza o que a Igreja Católica pensa e prega a  respeito de Deus. Nestes textos encontra-se a imagem de Deus Criador,  início de tudo, que por um infinito amor criou o homem. Além disso,  pode-se perceber a presença de Deus na vida do homem e o desejo de que  este homem, por sua livre iniciativa, procure Deus, e o ame com todas as  suas forças. Sabendo que esta tarefa não é simples. Ele está sempre  presente e disposto a ajudar.
A palavra “homem”, repetida inúmeras  vezes nas passagens anteriores, pode tornar o texto impessoal e  distante. Para tornar estes textos mais presentes na nossa vida, pode-se  trocar a palavra “homem” pelo nosso próprio nome. Com isso, fica mais  fácil perceber o chamado e o cuidado particular de Deus com cada um de  nós.
Na Bíblia, podem ser encontradas mais  características de Deus, como, por exemplo, na 1ª Carta de São João,  onde ele revela que “Deus é amor”. Essa é a essência de Deus. O  discípulo que ‘Jesus amava’ nos revela a mais profunda verdade sobre  Deus: Ele é amor. Isso é determinante para conhecê-lo. Precisamos estar  profundamente convencidos dessa essência, pois isso determina a maneira  como nos relacionamos com Ele. Se Deus é amor, Ele ama. Não pode deixar  de amar. E se não pode deixar de amar, tudo o que faz, o faz por amor.  Todo medo de Deus sucumbe quando nos convencemos de que Deus é amor. Se  Deus é amor, não há nele maldade, ressentimento, vingança ou  autoritarismo. Todas essas características viciadas que muitas vezes  trazemos inconscientemente de Deus caem por terra quando tomamos  consciência de que Deus é amor. Se isso é verdade, ele não é indiferente  à dor humana. Se Deus é amor, então ele não pode ser um Deus distante,  ausente ou carrasco. Ele é Amor!
Porém, a definição mais pedagógica de  Deus é apresentada pelo próprio Jesus, quando chama Deus de Pai (Mt 6,  5-13). Dentro da cultura judaica, Deus era visto de várias maneiras, mas  nunca como um Pai. Quando Jesus o chama não apenas de Pai, mas de  ‘Abba’ – Papai – ele revela a nós qual é o amor paternal que Deus tem  para conosco e qual é o amor filial que devemos ter em relação a Deus. A  partir dessa fala de Jesus, já não podemos mais conhecer um Deus a quem  devemos apenas servir e adorar. Um Deus que está distante em seu trono  aguardando nosso sacrifício. Não! Após a fala de Jesus chamando Deus de  Papai, entendemos que somos seus filhinhos queridos e devemos nos  relacionar com Ele assim, de maneira íntima, como dependentes, como  criancinhas que precisam de seu colo, de sua companhia, de sua Graça.
No conceito de ‘pai’ estão embutidas as  ideias de: origem, autoridade, verdade, sabedoria, providência,  fidelidade, misericórdia, amor. Muitas vezes, por experiências ruins em  relação a nossos pais naturais, temos dificuldades em aceitar a figura  paterna de Deus. É preciso orar pedindo a cura disso. Orar para aceitar a  Deus como Pai e para perdoar nossos pais. Eles ao limitados como nós.  Provavelmente também não receberam o amor paterno equilibrado quando  pequenos e por isso não souberam manifestar esse amor a nós. Como diz o  cantor católico Martin Valverde: “Deus não é um pai, Ele é O Pai!”.  Todas as falhas e limitações de nossos pais que possam ter nos machucado  não estão presentes em Deus. O Senhor detém a plenitude da paternidade.  Ele é o Pai Perfeito.
Esse amor de Pai zeloso é manifestado em  nossas vidas a todo o momento. Mesmo que não o percebamos, cegos pelas  dores ou pela incredulidade, esse amor nos envolve carinhosamente. Se há  uma coisa que o Pai não pode fazer é deixar de nos amar. “Com efeito,  de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que  todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16).
Esse amor se manifesta antes mesmo do  nosso nascimento. O salmista celebra as maravilhas de Deus: “Fostes vós  que plasmastes as entranhas de meu corpo, vós me tecestes no seio da  minha mãe. Sede bendito por me haveres feito de modo tão maravilhoso”  (Sl 138). Nossa natureza, nossas características (todas e cada uma  delas) são sinais do amor de Deus por nós.
Reconhecemos este Deus Pai e Criador  sempre que rezamos o Pai Nosso, o Creio, ou mesmo no simples “em nome do  Pai, do filho e do Espírito Santo”. Ao longo da nossa vida nos  habituamos a estas orações e, às vezes, nem nos damos conta do que  estamos rezando. Além de reconhecê-lo efetivamente como Pai, é  fundamental que cada um se aproxime de deus e queira ardentemente estar  junto dele em todos os momentos.
QUIROGA, Aldo Flores e FLORES, Fabiana Pace Albuquerque. Práticas de Vida e Relacionamento – Ministério Jovem RCCBrasil. Módulo Serviço – Apostila I. 2ª edição.
Siglas:
CIC – Catecismo da Igreja Católica
GS - Constituição Pastoral Gaudium et Spes
CIC – Catecismo da Igreja Católica
GS - Constituição Pastoral Gaudium et Spes
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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
JESUS C. 'FONTE DE ÁGUA VIVA'




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